quarta-feira, 25 de julho de 2012

Que cheiro é esse?

 

O professor Róbson Gracie é mesmo pródigo em histórias pitorescas do mundo das lutas. Imaginem que certa vez, em novembro de 1995, em Moscou, naquele frio de doer (inverno europeu)), o professor Róbson foi acompanhar o lutador Ricardo Morais (Ricardão "The Mutant"), em um evento de MMA, no qual ele era um tremendo azarão e já ao chegar em Moscou sentiu que a coisa não ia ser muito fácil, pois lá estavam dois russos , bem mal encarados aguardando por eles no aeroporto. Sem dar nenhuma palavra e muito menos um sorriso, os russos pegaram as malas, o Ricardão e o Robson pelo braço e já foram conduzindo até um carro que lhes aguardava. Somente dentro do carro foi que eles tiveram contato com um representante da organização do evento! Dadas as instruções, os dois foram deixados no hotel e nesse momento o Robson já começou a sentir um cheiro diferente, mas não identificava se era do banheiro, ou se vinha de fora. Bom, no dia seguinte seria já realizado o torneio e os dois foram dormir cedo e o Robson continuava a sentir aquele cheiro, mas não comentou nada com o "Bicho Pré-Histórico", como ele chamava o Ricardão!! No dia seguinte, eles estavam se preparando já no vestiário e o Robson ainda sentindo aquele cheiro esquisito, percebeu que o Ricardão estava com a barba por fazer e perguntou:

Robson: Ohhh Ricardão, tu não estais muito barbudo, não?

Ricardão: Ihhh, eu não ligo pra isso não, mestre!

Robson: E que cheiro é esse Ricardão? Você não tomou banho rapaz?

Ricardão: Ohhh mestre, faz três dias que eu não tomo banho!

Robson: Ahh, logo vi! E por quê?

Ricardão: O senhor acha que eu vou me perfumar pra macho? Esses caras tem é que sentir a minha catinga, hahaha!!!

Bom, a verdade é que eu não sei se o mal cheiro foi boa tática ou não, mas a verdade é que o Ricardão venceu três lutadores russos naquela noite e levantou o cinturão do torneio. Eu acredito que na sequência ele tenha tomado banho...

 

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Por: Marc Magapi





quarta-feira, 18 de julho de 2012

A verdadeira história de Conde Koma
Vamos conhecer mais um pouco sobre o homem que introduziu o jiu-jitsu no Brasil, através da família Gracie. Uma interessante biografia de Mitsuyo Maeda (Conde Koma), de autoria de Norio Koyama, "O Sonho do Leão" ganhou o prêmio de melhor livro de não-ficção da revista japonesa SAPIO. O autor visitou os lugares em que Maeda esteve (USA, Brasil, Cuba, Espanha, Inglaterra e etc.), entrevistou os imigrantes que o conheceram, pesquisou seus documentos escolares e  etc. Vou tentar dar aqui um breve resumo do livro: Maeda nasceu em 1878 na província de Aomori (bem ao norte da ilha de Honshu) e não era de origem nobre, tendo sido um estudante medíocre; ele chegou em Toquio com 18 anos (1897), onde iniciou seus treinos em artes marciais, sendo que o Kodokan possui o registro de sua matrícula desse mesmo ano de 1897. Ou seja, não há nenhuma possibilidade de que ele tenha estudado Jiu-Jitsu tradicional - ele começou mesmo treinando judô Kodokan, e logo foi considerado o mais promissor dos estudantes de judô. Em 1904 ele e seu professor Tsunejiro Tomita foram aos EUA para demonstrações de judô, e ao contrário do que ele dizia, não se encontrou com o presidente Roosevelt na Casa Branca (na verdade, quem foi instrutor de judô de Roosevelt foi o lendário mestre Yoshitsugo Yamashita). Depois disso ele deu aulas de judô na Universidade de Princeton em NY, mas aí ele começou a aceitar desafios de lutadores de outros estilos (boxe, luta-livre e etc.), o que era proibido pelas regras do Kodokan. Nesse ponto, há uma dúvida: no fim da vida, o próprio Maeda dizia a outros japoneses que se arrependia de ter feito isso, pois por esse motivo ele tinha sido expulso do Kodokan, mas o autor da biografia não encontrou nos arquivos do Kodokan nenhum documento que provasse que tal expulsão tivesse de fato ocorrido. De qualquer modo, nesse ponto parece que acabam os laços de Maeda com o Kodokan e começa a carreira "artística" do Conde Koma. Ele passou a utilizar esse nome em 1908, na Espanha, para poder desafiar um outro lutador japonês de judô que estava por lá sem ser reconhecido: em japonês, o verbo "komaru" significa "estar em situação delicada" - o que era seu caso, pelo menos do ponto de vista financeiro - ele tirou a última sílaba da palavra e ficou apenas com Koma, acrescentanto a palavra "Conde" (em espanhol mesmo) por sugestão de um amigo espanhol. Ele participou de vários torneios de luta-livre, wrestling e etc. E, embora tenha perdido pelo menos 2 lutas, ele parece ter vencido na maioria das vezes (há poucos registros históricos confiáveis de suas lutas). Mas onde existem, esses registros nos dão uma informação preciosa de seu estilo de lutar: Ele geralmente atacava o adversário com "low-kicks" e cotoveladas (isso mesmo!!) para depois finalizar o mesmo no chão. Na vedade, esse era o estilo utilizado por muitos lutadores do Kodokan no início do século. Em relação ao Brasil, o livro traz informações (valiosas) apenas sobre o seu trabalho importante no auxílio de imigrantes japoneses e sobre sua vida pessoal (ele se natuaralizou brasileiro em 1931), mas pouca ou nada sobre as suas atividades de lutador por aqui. Um historiador amazonense chamado Rildo Heros Barbosa de Medeiros fez uma pesquisa histórica sobre o período de Conde Koma no Brasil que é oficialmente reconhecida pelo Kodokan.Com certeza isso seria de muita importância para todos os afixionados pelo Jiu-jitsu (mas nesse estudo há a informação duvidosa que o nome Conde Koma foi adotado por Maeda no México porque ele possuía um olhar triste (o verbo "komaru" pode realmente ter essa conotação); essa versão foi divulgada pelo própria Maeda no Brasil, mas na biografia citada acima, é mostrado que essa informação parece não proceder).


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Por: Marc Magapi

quarta-feira, 11 de julho de 2012


Gracie in action: Defendendo os fracos e oprimidos


Um belo dia no verão de 1963, um trocador de ônibús destratou com palavras de baixo calão e manifestações explícitas de racismo um passageiro que acabara de reclamar de um troco que teria recebido à menos! No calor da discussão o trocador, um português alto e forte, disse ao passageiro que lhe partiria a cara e daria uma lição se não fosse lutador da luta livre. O passageiro era pequeno e magro e visivelmente ficou com medo por conta do físico avantajado do português, que continuava falando para quem quisesse ouvir, que aquele passageiro era um covarde e que se fosse um homem de verdade desceria do ônibús e aceitaria brigar com ele. Foi quando um jovem, magrinho de vinte e poucos anos, levantou-se e disse: "Eu brigo com você!" O trocador do ônibús olhou para aquele rapaz magro, baixo, de camiseta regata e não pensou duas vezes!! Ele se levantou da sua cadeira e disse para o motorista do ônibús: "Estaciona, porque tem gente querendo apanhar no lugar desse "criolo". Foi quando o português desceu do ônibús e lá em baixo o rapaz magrinho, já lhe aguardava. A briga começou e nem deu tempo de "esquentar"! Em míseros trinta segundos, uma baiana, alguns socos e o trocador já estava dominado!! Foi quando aconteceu o pior!! Não contente com a queda e os socos que levou, o português, ainda cambaliante, levantou-se e quis continuar, foi quando o rapaz desviou do golpe, foi para as costas e o dominou pelo braço. Na sequência empurrou a cara do trocador do ônibus, contra a parede, que fora construida com aquela textura conhecida como "trapiche"!! Para resumir a história; um rastro de sangue tomou conta da parede e um corpo ficou caído na calçada... O rapaz, com muita naturalidade subiu no ônibús sentou-se e disse para o motorista: "Vamos logo porque o senhor vai se atrasar". O motorista ainda assustado com o que viu, perguntou ao rapaz: Que tipo de luta é essa? O rapaz respondeu que era jiu-jitsu da família Gracie e que ele era o Róbson Gracie, muito prazer...

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Por: Marc Magapi

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Rickson Gracie x Yoji Anjo

Tem dia que é melhor ficar em casa! Provavelmente você já ouviu essa frase por aí, certo? Mas certamente o pro-westler japonês Yoji Anjo, não a levou a sério!!! A história teve início, assima: O Takada começou a desafiar publicamente o Rickson, e ele dizia que não lutaria com ele ou outro do pro-westling, porque faziam marmelada (pro-wrestling) e etc... e "rolou" muito na imprensa japonesa esse tipo de desafio, o Takada sempre que podia dava uma alfinetada no Rickson, que já andava uma "fera" com eles, mas sabiamente dizia que se um promotor bancasse a luta, ele lutaria, mas que não era essa a sua intenção , porque ele não tinha nenhum interesse em lutar com alguém que só faz marmelada. Então, num belo dia, os japoneses chegaram de surpresa com a imprensa nipônica na academia de Rickson, em Los Angeles, neste dia quem estava dando aula era o Limão (faixa-preta de Rickson). Na verdade quem fez o desafio foi um promotor, Takada não estava presente, na época ele era idolatrado no Japão, mas corriam boatos de que Yoji Anjo era melhor de porrada, por isso foi o escolhido para o desafio contra Rickson. Diante dessa situação o Limão ligou para o Rickson, que não estava na academia, Rickson veio na hora, já com equipamento para filmar a luta. Ao chegar na sua academia, Rickson disse primeiramente que não queria lutar, pois só a faria num evento e por uma boa grana (até deu o valor de sua bolsa). Aí o Anjo, que estava calado, chegou pra perto e disse que Rickson declarou certa vez que também lutava pela sua honra e esperou a reação de Rickson. O Rickson nem deixou o japonês acabar direito a frase e topou na hora, não deixou a imprensa entrar, botou todo mundo pra fora e só deixou entrar o Anjo e o promotor e o rapaz que filmou a luta para o Gracie. Tudo pronto, começou a "peia", mas não tem nem muita coisa pra falar, Rickson derrubou Anjo, montou e ficou dando porrada por uns cinco minutos, depois levou o japonês pra perto de uma parede e jogou a cabeça dele com tudo, nessa o cara já ficou "zonzo", depois começou uma sessão de porradas que desfigurou a cara do Anjo, dente quebrado, olho roxo, boca inchada, foi quando praticamente desfalecido o japonês se virou e Rickson o estrangulou com um mata-leão, colocando o Anjo pra dormir, então Rickson deixou a imprensa japonesa entrar e filmar o Anjo acordando, todo arrebentado. Dias depois, Yoji Anjo voltou a academia de Rickson para lhe dar um presente e lhe pedir desculpas por tê-lo desafiado.


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